17.4.2016 - O vice-líder do PT, Paulo Pimenta (SP), deu os primeiros
sinais de que o impeachment da presidenta Dilma Rousseff deverá ser aprovado
pelo plenário da Câmara dos Deputados e admitiu que os governistas pretendem
acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para evitar o impedimento da
presidenta. Pouco antes das 21h, quando a oposição já
tinha conquistado pouco mais de 200 dos 342 votos necessários para a aprovação
da matéria, Paulo Pimenta, no Salão Verde, que nem partido nem movimentos
sociais reconhecerão um governo federal que terá à frente Michel Temer, “um
político com menos de 1% das intenções de voto” dos brasileiros; e na
vice-presidência Eduardo Cunha, “um réu da Lava Jato corrupto que abriu o
processo de impeachment para se salvar da cadeia”, disse o vice-líder do PT, ao
referir-se ao presidente da Câmara dos Deputados. Segundo ele, a votação de
hoje (17) “é apenas a primeira etapa” de um processo golpista em curso. “Não há
nenhuma chance de um governo Temer-Cunha ter legitimidade. É um governo ilegal,
ilegítimo, vai mergulhar o país numa profunda crise institucional, e isso
deixará profundas cicatrizes na sociedade brasileira”, disse o deputado ao
admitir que o partido já possui uma estratégia para o caso de o impedimento ser
aprovado na Câmara. “O STF não analisou o mérito e todos nós sabemos que não
existe crime de responsabilidade. Todos nós sabemos que a presidenta Dilma não
praticou nenhum crime. Vamos ao Senado, vamos ao STF e vamos às ruas com a
convicção de que esse processo é um golpe patrocinado por uma pessoa que
deveria estar na cadeia. Todos sabemos que não há nenhum, crime de
responsabilidade. Sem passarem pelo voto popular, Temer e Cunha não terão
condições moral nem política para governar o país. Dilma é vítima de um
processo golpista criminoso. Um golpe pode ter 20, pode ter 50 votos, pode ter
350 votos, continua sendo um golpe.”, argumentou. Segundo
ele, caso Temer assuma a Presidência, ele terá dificuldades inclusive para
obter reconhecimento internacional. “O mundo, a imprensa internacional hoje
publica com destaque, jornais da Inglaterra, dos Estados Unidos, da França, do
mundo inteiro, alguns falam em uma gangue. Uma gangue de criminosos julgando
uma mulher honesta”, disse o vice-líder. “Não haverá reconhecimento
internacional”, completou.
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