sexta-feira, 7 de outubro de 2016

OMS alerta que Zika poderá ser ameaça maior que o ébola

  31/01/2016 -  O vírus Zika poderá ser uma ameaça maior do que a epidemia de Ébola que matou mais de 11 mil pessoas em África, segundo os especialistas da Organização Mundial de Saúde (OMS), citados pelo jornal britânico “The Guardian”. As declarações surgem na véspera de uma reunião de emergência da OMS, que se realiza esta segunda-feira e na qual será decidido se a ameaça trazida pelo vírus Zika deve ou não ser considerada como uma crise global de saúde. “De muitas formas, o surto do zika é pior que a epidemia de ébola de 2014 e 2015”, disse Jeremy Farrar, presidente do Wellcome Trust, citado pelo “The Guardian”. “A maioria dos portadores do vírus não tem sintomas. É uma infeção silenciosa num grupo de indivíduos muito vulneráveis - as mulheres grávidas - que é associado a um terrível resultado para os seus bebés”, acrescentou. “O verdadeiro problema é que tentar desenvolver uma vacina que teria de ser testada em mulheres grávidas é um pesadelo em termos práticos e éticos”, afirmou ao jornal britânico Mike Turner, diretor do departamento de infeção e imunobiologia do Wellcome Trust. Na passada quinta-feira, a Organização Mundial de Saúde já tinha reconhecido que a epidemia de zika está a “propagar-se de maneira explosiva” no continente americano. “O nível de alerta é extremamente alto” para esta epidemia, afirmou a diretora global da OMS, Margaret Chan, durante uma reunião em Genebra, temendo-se “uma potencial disseminação internacional”. Particularmente preocupante é a situação no Brasil, onde o aumento de casos de microcefalia está a ser relacionado com a doença. A correlação não está provada, mas existe também a suspeita de existir uma relação entre o vírus e a ocorrência de um problema neurológico conhecido como síndrome de Gullain-Barré.
AS RECOMENDAÇÕES DA DGS EM PORTUGAL
Em Portugal, até sexta-feira, foram diagnosticados seis casos de zika. Segundo a informação disponibilizada pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e o Instituto Ricardo Jorge, à exceção do sexto caso, a infeção foi adquirida no Brasil. Estão neste grupo dois homens e três mulheres, quase todos com mais de 40 anos. Sabe-se ainda que dois dos infetados estiveram na cidade de Fortaleza, no nordeste do Brasil. A infeção zika surge através da picada do mosquito Aedes aegypti e não está confirmado que seja transmitida entre seres humanos através das relações sexuais e do sangue. Segundo a DGS, "os sintomas e sinais clínicos da doença são, em regra, ligeiros" e incluem "febre, erupções cutâneas, dores nas articulações, conjuntivite, dores de cabeça e musculares". Há ainda, "com menor frequência, dores nos olhos e sintomas gastrointestinais". A DGS recomenda a mulheres grávidas que não viajem para países com o vírus. "Perante a possibilidade desta doença causar malformações em fetos e a fim de eliminar este risco, a DGS recomenda que as grávidas não se desloquem, neste momento, para zonas afetadas", lê-se no comunicado da autoridade, assinado pelo diretor-geral da Saúde. É ainda feita outra recomendação: "as grávidas que tenham permanecido em áreas afetadas devem consultar o médico de família ou o obstetra após o regresso, mencionando a viagem".

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