quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Brasileiro cai do cavalo e se emociona; hipismo por equipes brasileiro fica sem medalhas

09/08/2016 - Um fato inusitado ocorreu durante a apresentação final do Concurso Completo de Equitação (CCE) por equipes, nesta segunda-feira, em Deodoro, no Rio de Janeiro. Durante a prova de saltos, o cavaleiro brasileiro Ruy Fonseca, 43, o primeiro da seleção brasileira a se apresentar, caiu no chão após o cavalo dele, Tom Bombadill Too, refugar diante de um obstáculo.
Fonseca, que é o mais experiente da seleção brasileira, teve o resultado na prova de saltos descartado. Ele não chegou a se machucar com a queda, mas, ao falar sobre a apresentação frustrada, se emocionou e defendeu Too.
"Fico triste por ele. Triste por mim. Foi uma grande preparação para estar aqui. Me sinto um pouco desapontado comigo mesmo. Não com a minha equipe, que fez um ótimo trabalho. Não com o Tom. Se não fosse ele, eu não estaria aqui [começa a chorar]... Esse cavalo é tudo para mim. Não vou culpar ele jamais. É [uma relação] intensa, sim. Uma relação muito grande. Esse cavalo ganhou quatro medalhas para mim. Não posso julgar ele por ele um erro, sendo que ele me deu sete, oito anos de alegria e vai mais de mais ainda", disse Fonseca.
Na prova por adestramento ele cometou 46,80 faltas, enquanto que na prova de after cross country foram 158,80 faltas - antes da queda, ele já era o pior na classificação geral. "Estávamos saltando bem, não sei se algo chamou a atenção dele (do cavalo). Foi muito rápido. Infelizmente a gente não pode medir força com os cavalos. Algo pode ter tirado a atenção dele. Depois, ele quis dar um oi para a torcida brasileira. Não sou muito de ficar magoado", disse, um pouco mais tranquilo, após o resultado final.
Outros cavaleiros brasileiros na prova de CCE foram Marcio Jorge, Marcio Appel e Carlos Parro. Os melhores desempenhos foram Parro (12º) e Jorge (22º), que assim conseguiram também vaga para participar da final individual - os resultados valiam para os dois.
"Desde o primeiro dia fomos um pouco abaixo do esperado. Ficamos um pouco tristes porque tínhamos grandes chances dessa medalha. Mas estamos dentro do grupo de elite do esporte. Minha égua no primeiro dia de competição poderia ter brigado pelo topo, mas ela ficou brava. É uma particularidade dela", disse Marcio Jorge.
"Eu esperava mais. O salto é meu forte no CCE. Esperava mais, mas é muito complicado. Os cavalos estão exaustos por causa do cross. Acabou que ele não estava na melhor forma dele. Cometi algumas faltas, mas chegar ao último dia ainda com chance de medalha contra grandes potências é uma evolução muito grande", disse Appel.
Nos três dias de prova, a nota final da equipe brasileira foi 280,90 faltas, o que deixou o país na sétima colocação.
MEDALHA E CLASSIFICADOS
A equipe da França teve a melhor apresentação e conquistou a medalha de ouro com Karim Laghouag, Thibaut Vallette, Mathieu Lemoine e Astier Nicolas, com 169 faltas.
A Alemanha ficou com a prata, com 172,80 faltas, enquanto a Austrália levou o bronze, com 175,30 faltas.
Os 25 classificados para a final individual, que ocorre nesta terça, às 14h (de Brasília), foram: Michael Jung (Alemanha), Astier Nicolas (França), Christopher Burton (Austrália), Philip Dutton (Estados Unidos), Clarke Johnstone (Nova Zelândia), Sam Griffiths (Austrália), Boyd Martin (Estados Unidos), Alex Hau Tian (China), Mathieu Lemoine (França), Rebecca Howard (Canadá), Mark Todd (Nova Zelândia), Carlos Parro (Brasil), Jonty Evans (Irlanda), Thibaut Vallette (França), Jonelle Price (Nova Zelândia), Ingrid Klimke (Alemanha), Sandra Auffarth (Alemanha), William Fox-Pitt (Reino Unido), Merel Blom (Holanda), Yoshiaki Oiwa (Japão), Stuart Tinney (Austrália), Marcio Jorge (Brasil), Tim Lips (Holanda), Pietro Roman (Itália) e Joris Vanspringel (Bélgica).

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