Lanni Marchant não caminha, não marcha; ela corre. Muito. Na sexta-feira, disputou os 10.000m da Rio 2016. Tem apenas 46 horas de descanso até o segundo desafio olímpico: também vai disputar a maratona. A largada é no domingo, às 9h30 (de Brasília).Lanni, de 32 anos, há tempos corria atrás da vaga olímpica. Em 2012, não pôde participar dos Jogos de Londres porque sua marca era abaixo da exigida pela Federação Canadense. Virou questão de honra. E, agora, em dose dupla.
A prova dos 10.000m na Rio 2016 teve recorde mundial quebrado por mais de 13 segundos - Almaz Ayana, da Etiópia (29m17s45) -, teve quedas e desistências. Lanni, bronze no Pan de Toronto 2015, não chegou nem perto do pódio. Foi a 25ª colocada, com 32m04s21. Viu Salome Nyirarukundo, de Ruanda, cair à sua frente, na última volta. Seguiu.
- Estou orgulhosa do meu esforço. Agora é virar a chave e me concentrar para a maratona - diz a canadense, depois da prova.Lanni percebe que as pessoas e a imprensa estão mais ansiosas do que ela. Trata com certa naturalidade o desafio. Traçou a meta e vai cumprir, seja como for.
- Adoraria ser como as africanas, mas sou a melhor atleta que posso ser. Eu falei que ia fazer duas provas e vou fazer.
As primeiras lições de persistência ela teve em casa. A mãe criou sozinha sete filhos. Lanny, antes de se dedicar exclusivamente às corridas, teve de correr atrás de um diploma universitário. Formou-se em Direito. A mãe está no Rio assistindo de perto à filha. Em dose dupla.
- Estamos aqui no palco para as melhores atletas do mundo. Achei que seria importante para mim e para as outras atletas mostrar que é possível. Eu sei o que passei para estar aqui. Há pessoas que batalharam muito por mim, nem tenho nem como agradecer. Espero que todos vejam o que vou fazer.
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